sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

O COMPADRE DE HOJE


O compadre já namora

Mas não quer é compromisso

Ele julga ser reutilizável

Mas está a cair no lixo


O compadre indo assim

Não vê a realidade

Vai andando de mão em mão

A perder a mocidade


Cada passo que ele dá

Esse já foi em vão

São momentos de vida

Que marcam no coração


São histórias que ficam

Numa vida de desperdício

Parece mais ser doença

No controle do seu vício


E o compadre sorrateiro

A ver onde encontra a presa

Sempre com a sua lata

Mostrando delicadeza


Quem o viu e quem o vê

É completamente diferente

Tem duas caras numa só

Sem nada de transparente


Cheio de más intenções

Pois nunca teve moral

O compadre mostra-se esperto

Mas é atrasado mental


A Vida é Um Caminho


A vida é um caminho

Que vamos a percorrer

Seja curto ou comprido

Corremos para vencer


Ainda de olhos fechados

Começamos a percorrer

O caminho que nos leva

A fraquejar ou vencer


Não há caminhos directos

Existem curvas e subidas

Há as planícies suaves

E também há as descidas


Há veredas apertadas

E ainda becos sem saída

Esses são os que complicam

São as agruras da vida


Há aqueles caminhos largos

Em que andamos cá e lá

São esses que leva o tempo

O que jámais voltará


Há os caminhos de lama

Que não nos leva a nada

Apenas nos deixa presos

No meio da encruzilhada


Há o deserto de areia

Em que se perde o caminho

Iludidos pela miragem

Mudamos o nosso destino


Caminhos curtos e longos

Que a vida nos apresenta

Traz chuvisco e nevoeiro

Mas também sol que alenta


Há quem prefira veredas

Para encurtar a distância

Mais vale bom e seguro

Correr por gosto não cansa


No caminho que escolhemos

Por vezes há as rasteiras

Podemos optar pelo mais fácil

Mas não evitamos barreiras


A vida segue o caminho

Que para nós foi traçado

Curto ou longo é aquele

Que a nós foi reservado


A Crise

É preciso se educar
Para a crise que aí vem
Há tanta coisa a mudar
Nos hábitos que já se tem

Vamos todos meus amigos
Aprender a dividir
O mês tem trinta dias
Com a crise a progredir

Pega no pouco que tens
E faz as contas bem feitas
A pensar no mês inteiro
Se não tens outras receitas

Paga as contas correntes
E o resto é dividir
Pensa nas quatro semanas
E no que tens, a desistir

Abastece a despensa
P’ra não faltar de comer
O resto não te preocupes
Interessa è sobreviver

Só mesmo uma vez por mês
É que se recebe remuneração
Mas para os compromissos
Há trinta dias em acção

Divide por trinta dias
Essa tal remuneração
E não te deixes iludir
Com a oferta que te dão

O luxo não interessa
É apenas um desperdiço
A marca é uma ilusão
E por vezes um capricho

Compra só o que precisas
P’ra não haver desperdiço
Ainda que poupes pouco
Sempre ficarás com isso

Temos de cortar em tudo
A estratégia é alterar
Os nossos modos de vida
Custando o que custar

Os cigarros e a bebida
É a primeira coisa a cortar
Além de fazer mal à saúde
É rombo no orçamento familiar

Cortando também nos cafés
E roupa só o necessário
Fazer a alimentação em casa
Consoante ao salário

Desde o principio do mês
Não se deixar exceder
Contando com as surpresas
Que podem aparecer

Trocando encontros de café
Por outro sítio qualquer
E teremos sempre o amigo
Aquele que bem nos quer

Para ir fazer compras
Levamos a lista mão
Procurando só o que falta
E evita a tentação

Pensar nas refeições
É escolher os nutrientes
A sopa é importante
Mesmo p’rós mais exigentes

As compras exageradas
Traz por vezes desilusão
Coisas levadas p’ra casa
Que só desfalca o cartão

Dar valor o que se tem
É maneira de poupar
Com o pouco se faz muito
Mesmo a remediar

Há coisas que se dispensa
Não faz tanta falta assim
O ir atrás da publicidade
Traz desilusão no fim

Há publicidade enganosa
Que vende gato por lebre
A fazer cair muitas vezes
A quem não se apercebe

Se há crianças pequenas
Compra fraldas de reutilizar
E verás que durante o mês
Pouparás para as pagar

Há tanta gente a viver
No meio das dificuldades
Por não haver ninguém
A olhar as realidades

Há aqueles que já tiveram
Uma vida equilibrada
Hoje vêem-se em apuros
Com a vida destroçada

Devemos pensar no amanhã
Porque em nada há garantia
Quem tem emprego hoje
Pode não o ter noutro dia

Há tanto por onde poupar
Consoante a situação
O mudar as exigências
Pode ser a solução

Com a Europa em crise
Incluindo Portugal
A insegurança é constante
Que nos faz pensar mal

Há muitos que julgavam
Terem trabalhos garantidos
Mas o infeliz despedimento
Os deixou desiludidos

Esses estão em dificuldades
Sem saber o que fazer
Confrontados com uma vida
Que nunca pensaram viver

De certeza tiveram sonhos
E vontade de os realizar
Mas tudo mudou de repente
Sem estarem a esperar

Para esses os familiares e amigos
É que os tem de auxiliar
Naquela situação
Não os podem desprezar

Nunca deixem de pensar
Que o amanhã é outro dia
Pode inverter-se o papel
E fiquem na mesma agonia

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Portugal hoje

Com a economia em crise

A todos estão a apertar

Do cinto já não há mais

Só a fivela nos vão deixar


É o corte nos ordenados

E no abono das crianças

A Democracia de hoje

Deixa-nos sem esperanças


Cortes daqui e dali

E as pensões congeladas

Custos de vida a aumentar

E pessoas desempregadas


Cada criança que nasce

Já tem uma divida a pagar

É a herança que lhes deixa

Quem está a governar


São frutos dos governantes

E das más administrações

O quererem se mostrar

Sem terem condições


Foram tantas coisas juntas

Para ganharem eleições

Gastaram o que não tinham

Sem controlo e hesitações


Será as próximas gerações

A pagarem essas facturas

São milhões e milhões

Em prestações muito duras


A crise que nos afecta hoje

Chegará aos nossos netos

A continuar assim

Passará para os bisnetos