sexta-feira, 29 de abril de 2011

Mãe tem a marca do amor

Mãe é a primeira palavra
A gravar em qualquer mente
E também é o rosto dela
Que no filho fica presente

A mãe não se pode escolher
É aquela que nos deu a vida
Pois dela temos o sangue
Que é a marca referida

A mãe partilha a sua vida
Com aquele novo ser
É uma luta em aliança
Para os dois poderem vencer

São nove meses de emoções
Partilhadas a cada momento
É com o bater dos corações
Que vibra o movimento

A cada segundo que passa
É mais uma etapa vencida
São reforços a alimentar
Para a mudança da vida

É aí que nasce o filho
P’rós dois é a grande vitória
É o prémio de recompensa
De nove meses de história

A mãe é separada do filho
Com o corte do cordão umbilical
Mas são unidos pelo coração
Até à meta final

O ter o filho nos braços
E o poder abraçar
Deixa-nos uma felicidade
Que ninguém pode explicar

Ser mãe é uma riqueza
É um título adquirido
Tem a marca do amor
Que nunca foi confundido

Cada filho esperado
É como fosse o primeiro
O amor de mãe é grande
Abrangente e verdadeiro

A mãe é presença viva
Tem os filhos no coração
Até parece que os guia
Com a sua imaginação

MÃE...

Mãe, partiste sem despedidas
Tanta coisa ficou por dizer
Mas o exemplo que nos deixaste
A nenhum vai esquecer

Sua maneira de ser
Foi orgulho para nós
Por ser mãe protectora
Nunca nos deixava sós

Eras nosso porto de abrigo
E tábua de salvação
Sempre de braços abertos
A acolher-nos em seu coração

E mesmo depois da partida
Sentimos a sua protecção
Fisicamente existe o vazio
Mas viva no nosso coração

Mãe, lembro-me dos sacrifícios
Que fazias sem lamentos
E das vezes que olhavas para nós
A ler os nossos pensamentos

Mãe, passavas as tuas noites
Sem tempo p’ra descansar
Por vezes mesmo com sono
Estavas a nos acalmar

Numa família numerosa
A labuta era permanente
Não sei de onde vinham as forças
Para governar tanta gente

Chegou a catorze os filhos
Que a nossa mãe deu à luz
E com paciência nos aceitava
Pensando na sua cruz

Passou a sua mocidade
Grávida ou a amamentar
Um filho atrás do outro
Com espaço regular

Admirava a sua paciência
E o estar sempre presente
O não se excluir do trabalho
Mesmo estando doente

Juntos formamos a coroa
Que coroou a nossa mãe
Fomos rosas com espinhos
Que a feriram também

Não há palavras no mundo
P’ra lhe fazer discrição
Pois uma mãe como a nossa
Só daquela geração

MÃE! COMO TU EU QUERIA VIVER...

Mãe! Como tu eu queria viver
A crueldade falou mais alto
O capricho e a ignorância
Fez surgir um obstáculo

Mãe! Eu era tão pequenino
Não me pude defender
Apenas por egoísmo
Não me deixaste viver

Já tinha espírito formado
E a veste a se criar
Eu confiava em ti
E não me quiseste aceitar

Sentia-me aconchegado
No teu ventre minha mãe
Vivia com esperança
Nascer p’ro mundo também

Interrompeste-me a vida
Quando eu esperava ternura
No teu ventre minha mãe
Senti a maior amargura

Tinha princípio de vida
E uma missão por cumprir
Sem dó fizeste barreira
E não me deixaste seguir

Quem sabe seria eu
A pérola da tua vida
Talvez a tua companhia
Nas horas que andas à deriva

Eu seria aquela criança
Que te ia fazer sorrir
Mas acabou tudo isso
Antes de eu poder agir

Nem luxo eu pretendia
Viver já me alegrava
Apenas o teu carinho
Era o que eu esperava

Pensaste nas economias
Que ias gastar comigo
Para mim bastava as sobras
Que desperdiças contigo

Destruíste a minha vida
E à magoa deste lugar
Em ti cravaste um espinho
Difícil de arrancar