Nasci numa família nobre
Mesmo sem rei nem rainha.
O reinado do amor,
Fez de mim a princesinha.
Não tive ouro nem prata,
Mas sim uma liberdade.
Corri campos e florestas,
Desfrutei a mocidade.
Tive amor e o carinho,
De uma família rural.
Nunca me faltou o pão,
Tive sempre o essencial
O bom exemplo e a moral.
Foi farol na minha vida.
Uma luz que se prolongou,
Na distância percorrida.
O que adquiri na infância,
Guardo com muito carinho.
São relíquias preciosas,
Reforçaram-me o caminho.
O carácter adquirido,
Serviu para a minha jornada.
E com a educação da infância,
Tive herança assegurada.
Eu sempre fui sonhadora,
Mas muito pendurada.
A insegurança me detinha,
Com medo da casa arrombada
O facto de não ser perfeita,
Exigia a perfeição.
Desfiz sonhos e ilusões,
E a todos peço perdão.
Arlinda Spínola