sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

A Crise

É preciso se educar
Para a crise que aí vem
Há tanta coisa a mudar
Nos hábitos que já se tem

Vamos todos meus amigos
Aprender a dividir
O mês tem trinta dias
Com a crise a progredir

Pega no pouco que tens
E faz as contas bem feitas
A pensar no mês inteiro
Se não tens outras receitas

Paga as contas correntes
E o resto é dividir
Pensa nas quatro semanas
E no que tens, a desistir

Abastece a despensa
P’ra não faltar de comer
O resto não te preocupes
Interessa è sobreviver

Só mesmo uma vez por mês
É que se recebe remuneração
Mas para os compromissos
Há trinta dias em acção

Divide por trinta dias
Essa tal remuneração
E não te deixes iludir
Com a oferta que te dão

O luxo não interessa
É apenas um desperdiço
A marca é uma ilusão
E por vezes um capricho

Compra só o que precisas
P’ra não haver desperdiço
Ainda que poupes pouco
Sempre ficarás com isso

Temos de cortar em tudo
A estratégia é alterar
Os nossos modos de vida
Custando o que custar

Os cigarros e a bebida
É a primeira coisa a cortar
Além de fazer mal à saúde
É rombo no orçamento familiar

Cortando também nos cafés
E roupa só o necessário
Fazer a alimentação em casa
Consoante ao salário

Desde o principio do mês
Não se deixar exceder
Contando com as surpresas
Que podem aparecer

Trocando encontros de café
Por outro sítio qualquer
E teremos sempre o amigo
Aquele que bem nos quer

Para ir fazer compras
Levamos a lista mão
Procurando só o que falta
E evita a tentação

Pensar nas refeições
É escolher os nutrientes
A sopa é importante
Mesmo p’rós mais exigentes

As compras exageradas
Traz por vezes desilusão
Coisas levadas p’ra casa
Que só desfalca o cartão

Dar valor o que se tem
É maneira de poupar
Com o pouco se faz muito
Mesmo a remediar

Há coisas que se dispensa
Não faz tanta falta assim
O ir atrás da publicidade
Traz desilusão no fim

Há publicidade enganosa
Que vende gato por lebre
A fazer cair muitas vezes
A quem não se apercebe

Se há crianças pequenas
Compra fraldas de reutilizar
E verás que durante o mês
Pouparás para as pagar

Há tanta gente a viver
No meio das dificuldades
Por não haver ninguém
A olhar as realidades

Há aqueles que já tiveram
Uma vida equilibrada
Hoje vêem-se em apuros
Com a vida destroçada

Devemos pensar no amanhã
Porque em nada há garantia
Quem tem emprego hoje
Pode não o ter noutro dia

Há tanto por onde poupar
Consoante a situação
O mudar as exigências
Pode ser a solução

Com a Europa em crise
Incluindo Portugal
A insegurança é constante
Que nos faz pensar mal

Há muitos que julgavam
Terem trabalhos garantidos
Mas o infeliz despedimento
Os deixou desiludidos

Esses estão em dificuldades
Sem saber o que fazer
Confrontados com uma vida
Que nunca pensaram viver

De certeza tiveram sonhos
E vontade de os realizar
Mas tudo mudou de repente
Sem estarem a esperar

Para esses os familiares e amigos
É que os tem de auxiliar
Naquela situação
Não os podem desprezar

Nunca deixem de pensar
Que o amanhã é outro dia
Pode inverter-se o papel
E fiquem na mesma agonia

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