sábado, 24 de setembro de 2011

As vindimas na minha terra

No início do Outono
As uvas amadurecem
São frutos de estação
Não colhidos apodrecem

As vindimas são trabalho
Mas torna-se numa festa
É tudo organizado
Já começando de véspera

Ao clarear da manhã
Começam todos em acção
Reunindo-se num só grupo
Cada qual com o seu podão

Aí começa a festa
Já com o pequeno-almoço
Quando chegam ao trabalho
Já tem aquele reforço

Começam apanhar as uvas
Num trabalho de partilha
Ajudam-se uns aos outros
Desfrutando a maravilha

São familiares e amigos
Juntos em harmonia
A fazerem as vindimas
Alegres a todo o dia

Começa por um à frente
Com balde a escolher
Os cachos mais engraçados
A reservar para oferecer

É um trabalho de equipa
Que requer muita acção
Uns colhem outros acartam
A passar de mão em mão

Vão apanhando as uvas
E nos baldes colocando
Acartam para o lagar
P’ra depois irem pisando

É um reencontro de amigos
A rever tempos atrás
Os emigrantes de férias
São ajudas especiais

Lembram histórias antigas
Recordam a mocidade
Por vezes até parecem
Que voltam a essa idade

O grupo todo em azáfama
Nem vêem o tempo passar
Quando chega ao meio-dia
O espaço para almoçar

Batatas com espetada
É mesmo autêntico manjar
Todos à volta da mesa
Comendo e a saborear


De volta apanhar as uvas
Alegres e conscientes
Os novos muito atentos
Aos velhos já experientes

O lagar já cheio de uvas
Prontas para esmagar
E lá entram os entendidos
Para a pisa começar.

Começa aquela dança
Pondo as uvas a jorrar
Fazendo a transformação
E o mosto a se separar

Depois mais uma repisa
E pôr o bagaço na prensa
P’ra ficar bem espremido
Esse aperto não dispensa

Corre o mosto para a tina
Fica o bagaço no lagar
Aí lhe dão outra volta
Para tudo se aproveitar

Por fim fazem água-pé
Com lavagem no bagaço
E sempre a trabalhar
Já no meio do cansaço

A vindima só acaba
Com o vinho já guardado
O arrumar dos cestos
E o lagar bem lavado

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