terça-feira, 1 de janeiro de 2013

 2013 Em desalento

A política dos compadrios
Deixou o país afundar
Agora restam as dívidas
Pró Zé-povinho pagar

Temos a crise de valores
Onde anda tudo enganado
E os governantes enrolaram
Este povo desgraçado.

Fazem as leis sem pudor
À sua medida e feitios
Defendendo os seus interesses
P’rá roubalheira e desvios.

Portugal ainda está vivo
Encontrando-se moribundo
E o Funchal já não respira
Não sai do buraco sem fundo

Vivemos amordaçados
Sem dar conta foi o fim
Porque os nossos governantes
Satisfizeram-se assim.

Construíram os seus impérios
Sem medida regulada
E nós quando demos conta
Estava a casa arrombada

O país já de arrastões
Espremido sem reserva
Ficou todo enodoado
Nada de bom se observa

Prós grandes tudo é desfalque
Onde ninguém é o culpado
Condenam o pobre diabo
E absolvem o engravatado.

E o pobre trabalhador
É que sustenta a cambada
Quando chega ao fim do mês
Regressa a casa sem nada.

Agora só há deveres
Acabaram-se os direitos
P’ra manter a burguesia
Tantos descontos são feitos

Não temos mais regalias
Nem futuro garantido
Deixando os jovens ao largo
Num barco todo partido

Custa muito a trabalhar
E o ordenado desaparece
P’rá Segurança Social
Pró IVA e p’ró I.R.S.

P’rás taxas moderadoras 
Portagens e combustível
Aumentos na água e luz   
Viver assim é impossível

Cada visita da Troika
Com eles vão os milhões
Tapam o sol com a peneira
Mas desfazem ilusões

Acabam-se as regalias
Dos direitos adquiridos
Voltamos à estaca zero
Pelos erros cometidos.  

Os nossos governantes
Estragaram a democracia
Agora com as vacas magras
Só resta a diplomacia

Tiram a água do capote
Respingando ao redor
Deixam a culpa solteira
Por igualdade ou pior  

Levaram o país à falência
Com desvios e festanças
Empresas que foram sonhos 
Desfizeram-se esperanças 

Estão a vender Portugal
Na feira do desbarato
Por serem incompetentes
Mostram bem o seu retrato

Hoje a pobreza é rei
A insegurança rainha
A história de Portugal
Parece a da carochinha

Compramos gato por lebre
No momento das votações
Na esperança de um bom governo
Escolhemos uns aldrabões

Mas o povo português
É lutador sem medida
Não deixa baixar os braços
E a crise será vencida

Já se foi dois mil e doze
E o treze está a marcar
É um número muito bonito
Mas que não traga azar 

Por Arlinda Spínola

Sem comentários: