A política dos compadrios
Deixou o país afundar
Agora restam as dívidas
Pró Zé-povinho pagar
Temos a crise de valores
Onde anda tudo enganado
E os governantes enrolaram
Este povo desgraçado.
Fazem as leis sem pudor
À sua medida e feitios
Defendendo os seus interesses
P’rá roubalheira e desvios.
Portugal ainda está vivo
Encontrando-se moribundo
E o Funchal já não respira
Não sai do buraco sem fundo
Vivemos amordaçados
Sem dar conta foi o fim
Porque os nossos governantes
Satisfizeram-se assim.
Construíram os seus impérios
Sem medida regulada
E nós quando demos conta
Estava a casa arrombada
O país já de arrastões
Espremido sem reserva
Ficou todo enodoado
Nada de bom se observa
Prós grandes tudo é desfalque
Onde ninguém é o culpado
Condenam o pobre diabo
E absolvem o engravatado.
E o pobre trabalhador
É que sustenta a cambada
Quando chega ao fim do mês
Regressa a casa sem nada.
Agora só há deveres
Acabaram-se os direitos
P’ra manter a burguesia
Tantos descontos são feitos
Não temos mais regalias
Nem futuro garantido
Deixando os jovens ao largo
Num
barco todo partido
Custa muito a trabalhar
E o ordenado desaparece
P’rá Segurança Social
Pró IVA e p’ró I.R.S.
P’rás taxas moderadoras
Portagens e combustível
Aumentos na água e luz
Viver assim é impossível
Cada visita da Troika
Com eles vão os milhões
Tapam o sol com a peneira
Mas desfazem ilusões
Acabam-se as regalias
Dos direitos adquiridos
Voltamos à estaca zero
Pelos erros cometidos.
Os nossos governantes
Estragaram a democracia
Agora com as vacas magras
Só resta a diplomacia
Tiram a água do capote
Respingando ao redor
Deixam a culpa solteira
Por igualdade ou pior
Levaram o país à falência
Com desvios e festanças
Empresas que foram sonhos
Desfizeram-se esperanças
Estão a vender Portugal
Na feira do desbarato
Por serem incompetentes
Mostram bem o seu retrato
Hoje a pobreza é rei
A insegurança rainha
A história de Portugal
Parece a da carochinha
Compramos gato por lebre
No momento das votações
Na esperança de um bom governo
Escolhemos uns aldrabões
Mas o povo português
É lutador sem medida
Não deixa baixar os braços
E a crise será vencida
Já se foi dois mil e doze
E o treze está a marcar
É um número muito bonito
Mas que não traga azar
Por Arlinda Spínola
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