domingo, 4 de dezembro de 2011

A ROCHA DO NAVIO


Para chegar à rocha do navio
A vereda é acidentada
Com mais de mil degraus
Numa encosta inclinada

Aos esses cá e lá
É percurso a caminhar
A paisagem é tentadora
O que custa é lá chegar

Ouve-se os passarinhos
Com um doce chilrear
Parecem louvar a Deus
Por aquele rico manjar

Tem ar puro que refresca
Junto à maresia do mar
Há florestas nos rochedos
E queda de água no ar

É cantinho de terra e mar
Que faz voltar ao passado
O sossego que lá tem
E o perfume equilibrado

Aquele azul do mar
Reflecte no coração
Mostra a beleza infinita
De Deus Rei da criação

É canto de reflectir
Para quem quer meditar
No meio daquele silêncio
Não se vê o tempo passar

Aquele fundo realça
Uma pintura natural
Um quadro a reflectir
O céu a terra e o mar

Descendo de teleférico
Suspende a respiração
É um sonhar acordado
Num lindo dia de Verão

É um pequeno paraíso
Aquele lindo recanto
Com beleza a seduzir
O Oceano Atlântico

Lá na rocha do navio
É reserva natural
Proteger a fauna marinha
É um compromisso leal

O mar esconde segredos
Que não revela a ninguém
Surpreende a cada instante
A revolta que ele tem

Tem o calhau espaçoso
E as ondas num vão e vem
Parece cumprimentar
E agradecendo também

Ao canto tem um ilhéu
Que lhe dá a sua graça
É um arranjo natural
A prender o olhar de quem passa

O calhau representa a força
Que no mar se mantém
As pedras arredondadas
Não deixa iludir ninguém

Vai arrastando e enrolando
As ondas que vem e vão
O domínio das marés
Deixa o mar sempre em acção


Por Arlinda Spínola
Há alguns anos atrás, numa ida à Rocha do Navio

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