terça-feira, 4 de setembro de 2012


Semana Infernal

A nossa ilha toda bela
Encantada de flores
Seu tapete verdejante
Delírio dos seus amores

Mas tudo mudou de figura
Com as labaredas de fogo
Em desespero infernal 
Deixou todo o nosso povo

Viam-se as chamas malvadas
A esvoaçarem pelo ar
Parecia o diabo solto
Sem se deixar controlar

O fogo de mão criminosa
Sozinho não acendia
Está em segredo dos deuses
Mas será descoberto um dia

Ficou a ilha de luto
Com o preto do carvão
Cinzas e fumo a esvoaçar
Tapando a nossa visão

O diabo mostrou o inferno
Orgulhoso e sem compaixão
Em nada ele deixou sombras
P’ra nos dar uma lição

Tudo arder sem controle
Destruindo sem explicação
Deixando num mar de cinzas
Floresta e a povoação

Ao calor daquele inferno
Ao fumo e ardor do cheiro
Sem certeza e improviso
Trabalhava o Bombeiro

Salvar é sempre o lema
Mesmo com noção do perigo
Põe a sua vida em risco
P’ra safar a do inimigo

Esta ilha deslumbrante
Ficou tão desfigurada
As cicatrizes profundas
Deixou-a toda marcada

O realçar dos coloridos
Em preta sombra ficou
E no coração do povo
Essa marca se revelou.  

A mão do homem é cruel
Desbasta a natureza
Não aprende com os seus erros
E repete a mesma baixeza

Por: Arlinda Spínola









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