terça-feira, 23 de agosto de 2011

A árvore egoísta


A árvore era tão egoísta
Que não quis dar fruto
Para manter-se elegante
Ficou velha em arbusto

Em vez de olhar para o céu
Só vê o que estava na terra
Sentia-se tão importante
Nem fez caso da Primavera

A Primavera passou
Florida e sorridente
E a árvore ali plantada
Nem a quis à sua frente

Queria ver tudo em redor
Estava em primeiro lugar
O egoísmo era tão grande
Nem bom dia se quis dar

Olhando em redor
Viu as plantas a florir
Sentiu-se sem compromisso
Das outras se pôs a sorrir

Um dia se apercebeu
De um perfume radiante
Que enchia a atmosfera
A toda a hora e instante

Nem isso a comoveu
Nada a fazia mudar
Continuou sempre
Com egoísmo a dobrar

Quando chegou ao Verão
Ninguém olhou para ela
Era como fosse um zero
Colocado sobre a terra

As outras árvores vizinhas
Radiantes de alegria
Com frutos a amadurecer
Brilhantes a todo o dia

Quando chegou ao Outono
As folhas o vento levou
Ela aí viu a realidade
Como o egoísmo à deixou

Com a chegada do Inverno
A árvore ficou nuzinha
Igual a muitas outras
Sentindo-se mais sozinha

Olhando para as outras árvores
Que em redor havia
Viu as sementes à volta
Cheias de grande alegria

Estavam prontas a nascer
Todas aquelas sementes
Numa mistura de folhagens
Para elas um berço decente

A árvore do egoísmo
Sentiu-se apenas miragem
Tinha passado a sua vida
Pensando só na imagem

A sua preocupação
Era olhar só para baixo
Sem nunca ter dado fruto
Ficou como fosse macho

O egoísmo e o orgulho
Nunca deram bom fruto
Apenas para a solidão
Dão o seu contributo

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